Depressão - Parte 1

17/06/2015 10:00

Depressão - Parte 1

Como o assunto depressão é bastante complexo, faremos uma série de artigos sobre o tema, cada um focando um aspecto desta “doença moderna”.

Sintomas

A depressão afeta a pessoa como um todo, cérebro, estado psicológico e físico. É muito mais do que fases ruins que acompanham problemas da vida (TUNG, 2007). A depressão é atualmente reconhecida como um problema de saúde pública, segundo levantamento da OMS (Organização Mundial de Saúde) a depressão é considerada a primeira causa de incapacidade entre todos os problemas de saúde mundial (DALGALARRONDO, 2008).

 Sentir-se triste e cansado a maior parte do tempo, desinteressado e desanimado são os sintomas mais característicos da depressão. A pessoa deprimida perde interesse e prazer por atividades que antes eram executadas com vontade e satisfação, isso inclui o trabalho, passatempo, reuniões familiares, etc., com isso perde o interesse nas relações sociais e no contato com as pessoas (HILGARD, 2002).

Há predominância de pensamentos negativos, autoestima baixa, a pessoa sente-se incapaz e se culpa por seus fracassos. Por esses motivos duvida da capacidade de poder fazer alguma coisa para melhorar a situação, olha o futuro com desesperança (HILGARD, 2002).

Pode haver mudanças fisiológicas como alteração no ciclo do sono, causando insônia ou excesso de sono; perda ou aumento do apetite; distúrbios de concentração (a atenção fica vaga e a pessoa se distrai com facilidade) e de memória (mesmo se esforçando para reter informações importantes, não consegue se lembrar delas quando deseja) (TUNG, 2007).

Esses são sintomas de um tipo comum de depressão, facilmente diagnosticado por psiquiatras e psicólogos. Porém, existem vários tipos de depressão, algumas com sintomas que parecem o oposto destas descritas e é a observação da evolução dos sintomas, como tempo de alteração das emoções, que possibilitará um diagnóstico mais assertivo. Em um próximo artigo falaremos sobre os tipos de depressão.

É muito importante a diferenciação entre depressão e humor depressivo. O segundo também está relacionado a sentimentos como os descritos acima, porém após um evento intensamente frustrante ou uma perda significativa, como a morte de uma pessoa querida,  fim de um relacionamento, demissão, etc.. Nesse caso, não deve ser classificado como uma doença, mas sim como sintomas normais para uma situação de dificuldade para a pessoa (TUNG, 2007).

A intensidade da tristeza diz pouco para um diagnóstico de depressão, pois cada pessoa vivencia algo difícil com maior ou menor emoção, o que se deve levar em conta é o tempo que dura, a compatibilidade com uma fase ou situação vivida e principalmente se a pessoa se sente capaz e com recursos para enfrentar o fato (TUNG, 2007).

Dentro dessa série de artigos sobre a depressão também abordaremos o tópico prevenção, que é muito importante para a pessoa evitar chegar a um quadro que pode ser muito grave, como uma depressão maior em que a pessoa perde a capacidade de cuidar da própria higiene pessoal e/ou comete suicídio.

O item Comentários: Depressão - parte 1 se encontra no final deste artigo, é um espaço para tirar dúvidas, relatar experiências - se você passou/passa ou conhece alguém que vivencia essa "doença moderna" - fique a vontade se preferir manter o anonimato. Essa abertura tem o intuito de fazermos uma rede onde compartilhar as próprias experiências pode trazer conforto a si e a outras pessoas que passam pela mesma situação.

    Também existe a possibilidade, caso prefira, de perguntar/relatar algo em particular, pelos telefones e e-mail no campo Contato.

 

Por Fernanda Vassallo Visciani
CRP 06/117697

Celular: 98193-8024

Revisão Jussara Pontes Cortes
Celular: 99990-7164

 

Referências Bibliográficas:

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Artmed, 2008.

HILGARD, Rita. Introdução à Psicologia. Artmed, 2002.

TUNG, Teng Chei. Enigma Bipolar: Consequências, diagnóstico e tratamento do trantorno bipolar". MG Ed, 2007.

Comentários: Depressão - Parte 1

Depressão - parte 1

Josué 17/06/2015
Gostei muito do texto escolhido. Informação de qualidade e na proporção exata. É muito bom saber que nem todo sofrimento que sentimos na vida é doença. Por outro lado, também é importante não tentarmos nos enganar, quando alguns sinais começam a persistir. O tema é vasto, especialmente se paramos para refletir se existiria uma causa "moderna" para essa doença "moderna". Será que, de algum modo, o tipo de vida que o desenvolvimento econômico nos proporciona, com todo seu conforto, tecnologia e acesso aos bens de consumo (ou desejo de acesso) pode ser indicado como o gatilho da Depressão? Ou será que é mais a imposição de uma "cultura da felicidade" a nos evidenciar todos os dias que não somos suficientemente felizes e por isso "depressivos"?

Re:Depressão - parte 1

Fernanda Visciani 18/06/2015
Maravilhosa a sua reflexão Josué. É comum sim que nesses tempos modernos nos confundimos na relação de termos bens e sermos felizes... sempre parece que as pessoas que tem mais são mais felizes e vice-versa. No entanto, não é isso que eu e outros profissionais da área da saúde vemos em nossas clínicas... obrigada pela participação!

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