Depressão - parte 3
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tipos de depressão | fase depressiva | distimia | depressão sazonal | depressão atípica | depressão física | melancolia | depressão involutiva | depressão pós-parto | depressão agitada
O principal sintoma da depressão, como já foi dito, é a tristeza, aliada à perda de prazer e ao desânimo. No entanto, para algumas pessoas que têm depressão os sintomas são praticamente o oposto destes. Por esse motivo, é extremamente importante a avaliação profissional para identificação desse transtorno.
Tipos de depressão
Fase depressiva: em uma fase depressiva, há evidentes sintomas depressivos – tristeza, desânimo, cansaço, baixa na concentração e na autoestima, ideias de culpa e de inutilidade, alteração do sono e do apetite – que devem estar presentes por pelo menos duas semanas, e não mais que por dois anos de forma ininterrupta. Normalmente uma fase depressiva dura entre 3 a 12 meses. Pode ser classificada como leve, moderada ou grave – essa classificação é feita de acordo com os critérios estabelecidos no CID-10 ou DSM-V – estes são dois manuais de doenças físicas e psíquicas utilizados para diagnóstico, por médicos e outros profissionais da área da saúde. (DALGALARRONDO, 2008)
Distimia: é uma depressão crônica, geralmente de intensidade leve e com longa duração. Por ser leve e persistente a pessoa acredita que “é assim mesmo” e acaba não procurando ajuda e tratamento adequado. Os sintomas característicos são: baixa autoestima, cansaço, dificuldade de tomar decisões e de concentração, irritabilidade, mau humor e desesperança. Esses sintomas devem estar presentes de forma ininterrupta por pelo menos dois anos. (HOLMES, 1992)
Depressão atípica: nesse tipo de depressão, os sintomas parecem o oposto dos sintomas comuns. A pessoa acredita ser complicada, nervosa e descontrolada, sempre procurando aliviar sua infinita carência afetiva, com comida, sono e diversão. Pode abusar de uso de drogas ilícitas. Alguns dos principais sintomas são: aumento do apetite e sono, sensação do corpo muito pesado, mudanças repentinas de humor, sentimentos de rejeição. (HOLMES, 1992)
Depressão sazonal: a mais comum é a de inverno. As pessoas que sofrem desse tipo de depressão são mais sensíveis à luz, os dias nublados causam fortes sintomas depressivos – de ansiedade, desânimo, fraqueza, angústia e desesperança, a aumento de apetite e sono. (DALGALARRONDO, 2008)
Depressão agitada: depressão com forte componente de ansiedade e inquietação física e mental. A pessoa sente intensa angústia, não para quieta, há perda de sono, inquietação e irritabilidade. Nos casos mais graves há risco de suicídio. (DALGALARRONDO, 2008)
Depressão melancólica: há combinação de sintomas que interferem na capacidade de trabalhar, dormir, se alimentar e se divertir. Principais sintomas: lentificação do pensamento e movimentos físicos, alteração (para mais ou menos) do sono e apetite, diminuição da energia, sentimentos de desvalia e/ou culpa, dificuldade para pensar, se concentrar ou tomar decisões, pensamentos sobre morte ou ideação suicida, planos ou tentativas de suicídio. Os sintomas devem persistir por no mínimo duas semanas. Nesse tipo de depressão as crianças e adolescentes não necessariamente ficam tristes, podendo ficar irritáveis e agressivos. (HOLMES, 1992)
Depressão “física”: nesse tipo de depressão os sintomas predominantes não são emocionais e sim, físicos. Dores e sintomas físicos, sem causa orgânica, podem aparecer em um ou mais locais do copo ao mesmo tempo, ou podem aparecer em um local do corpo e depois noutro. É comum que a pessoa faça exames médicos e após, constatado que não há causa física, acredite que possa ser devido estresse. (HOLMES, 1992)
Depressão pós-parto: é natural que após o parto a mulher tenha sintomas como: tristeza, ansiedade, irritabilidade, perda de apetite, alterações do sono e instabilidade emocional. São respostas ao desconforto físico e estresse associados ao trabalho de parto e ao parto, às mudanças hormonais que ocorrem com o nascimento da criança, ao início da lactação, aos efeitos colaterais de medicamentos e ao ambiente hospitalar. É considerado depressão quando os sintomas são moderados a graves e atrapalham a relação iniciar da mãe com o bebê. Nos casos mais graves a mãe se sente desinteressada por seu bebê e pode chegar a ter pensamento suicida e homicida em relação ao bebê. (HOLMES, 1992)
Depressão involutiva: após os 65 anos de idade há aumento no índice de depressão, principalmente nas mulheres. A aproximação ou entrada da “terceira idade” pode ser estressante por: morte de familiares, amigos, perda de status e respeito; a percepção de futuro limitado, o que pode parecer sombrio. Ainda hoje, o “velho” é visto como absoleto e considerado “improdutivo” e que “pode ser tirado do caminho”.
Qualquer pessoa pode se identificar com um ou outro tipo de depressão e, por conta disso, se considerar com tal transtorno psicológico. Caso você tenha se identificado ou conheça alguém que tenha os sintomas de algum tipo de depressão, faça ou aconselhe uma avaliação com profissional da saúde mental – psicólogo e psiquiatra.
O item Comentários: Depressão - parte 3 se encontra no final deste artigo, é um espaço para tirar dúvidas, relatar experiências - se você passou/passa ou conhece alguém que vivencia essa "doença moderna" - fique a vontade se preferir manter o anonimato. Essa abertura tem o intuito de fazermos uma rede onde compartilhar as próprias experiências pode trazer conforto a si e a outras pessoas que passam pela mesma situação.
Também existe a possibilidade, caso prefira, de perguntar/relatar algo em particular, pelos telefones e e-mail no campo Contato.
Por Fernanda Vassallo Visciani
CRP 06/117697
Celular: 98193-8024
Revisão Jussara Pontes Cortes
Celular: 99990-7164
Referências Bibliográficas:
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Artmed, 2008.
TUNG, Teng Chei. Enigma Bipolar: Consequências, diagnóstico e tratamento do trantorno bipolar". MG Ed, 2007.
Comentários: Depressão - parte 3
Ótimo texto!
Sobre a Distimia, gostaria de saber um pouco mais... Sendo uma forma crônica e, até certo ponto, considerada dentro da franja da dita "normalidade", poderia ela - por si só - transformar-se em manifestações mais complexas de depressão? Ou dependeria de fatores externos para deflagrar essa complicação de quadro?
Re:Ótimo texto!
A principal dificuldade para o diagnóstico da Distimia é a confusão entre o que é normal ou não, pois é comum que as pessoas com Distimia acreditam que sejam assim. "Eu nasci assim" ou "Desde pequena(o) sou desse jeito"; esses pensamentos fazem com que a pessoa acredite que é de determinada forma e por conta disso não procuram ajuda profissional.
Sim, a Distimia pode evoluir para um quadro depressivo mais sério, seja por um fator externo (fim de um relacionamento, por exemplo) ou por um fator interno (baixa da autoestima, por exemplo).
O ideal é que todos possam perceber que a vida é cíclica, ora estamos bem, ora não; seja por qual motivo for. E quando um sentimento, sensação e pensamento persistem por muito tempo é sinal de que algo está acontecendo. Procurar ajuda adequada nesse momento pode prevenir que algo mais sério seja desencadeado.
Mais uma vez, obrigada pela participação! Seus comentários, questionamentos e dúvidas são bem-vindos!
Re:Re:Ótimo texto!
Parabéns pelo artigo!!!
Parabéns e sucesso no blog!!!!
Re:Parabéns pelo artigo!!!
Muito obrigada...
Realmente, muitas pessoas adoecem e não sabem que podem procurar ajuda ou ficam "desabafando" com familiares e amigos quando na verdade precisam de ajuda profissional.
Vamos passar essas informações adiante, pois assim podemos ajudar muitas pessoas...
Obrigada pela participação! Beijos
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