Depressão - parte 5
Depressão e redes sociais
Venho acompanhando grupos com características específicas nas redes socais e há alguns meses venho observando como essas redes podem auxiliar ou atrapalhar o desenvolvimento ou tratamento das “doenças modernas”. Como o foco, no momento, são as depressões vou falar dos grupos que se formam a partir desse tema.
Diversos estudos demonstram que quanto mais a pessoa está “acessada” a internet , maiores as chances de ela estar ou desenvolver quadros depressivos, pois, acaba trocando as relações “ao vivo” por relações virtuais e, por consequência disso, vive a ilusão de que tem boas relações, bons amigos, bons contatos, etc.. No entanto, ao olhar para os lados percebe que sua companhia é um aparelho e, que na realidade está só.
Quando o olhar do outro pode ser tão assustador que a comunicação “ao vivo” nem aconteceria e/ou as fantasias de críticas, julgamentos e rejeição são tão exacerbadas que só a possibilidade de que aconteçam já “doe” o suficiente, fazendo com que a pessoa nem tente se relacionar com outras, nesses casos as relações via redes sociais e outras formas de comunicação da atualidade acabam se tornando mais fáceis. O computador, celular, tablet, etc. funcionam, assim, como uma ferramenta de proteção.
Os grupos que se formam a partir da “doença” podem ser impulsionadores da pessoa que participa, pois ela coloca ali o que está passando e sentindo naquele momento e os demais membros do grupo funcionam como agentes motivadores, para que a pessoa consiga lidar com o sentimento ou a dificuldade em questão. Aqueles que passam pelas mesmas coisas ou os que já superaram o desafio dão exemplos de como fizeram e, com isso, aquele que está desemparado pode perceber que existem outros que entendem o que ela vem passando e, além disso, têm pessoas que passam pelas mesmas situações ou piores. Essa rede pode se tornar um suporte para o indivíduo procurar ajuda adequada para trabalhar suas questões com relação à “doença”.
O que pode acontecer e, que acaba se tornando negativo, é que pelo fato de estar sensibilizada ou sugestionável, a pessoa que entra no grupo e lê os problemas dos outros acaba tomando os sintomas e questões como sendo suas também, e com isso fica mais sintomática. Por exemplo, se alguém se sente mais desanimado que o normal, e lê um relato da insatisfação de uma pessoa sobre a vida, “pega” essa insatisfação para si e agora fica com dois sintomas: o desânimo e a insatisfação.
É importante, também, que se saiba que as redes sociais possibilitam de novas experiências, conhecimento de novas pessoas, praticidade em diversos aspectos. No entanto, usar a internet como a única forma de se relacionar é extremamente prejudicial. A pessoa acaba se isolando de outros tipos de relações e se fixa apenas nessa forma. E com isso, vai perdendo a prática de se relacionar “fisicamente” com as pessoas.
Por fim, a tecnologia e suas praticidades ajudam muito no dia a dia e dão suporte para muitas atividades. O prejudicial é como nós usamos essa ferramenta – tudo o que é usado excessivamente, sem critérios, e quando passa a ser a única forma (única forma de satisfação, de prazer, de se relacionar, etc.) é considerado vício. E todo tipo de vício prejudica a vida das pessoas.
O item Comentários: Depressão - parte 5 se encontra no final deste artigo, é um espaço para tirar dúvidas, relatar experiências - se você passou/passa ou conhece alguém que vivencia essa "doença moderna" - fique a vontade se preferir manter o anonimato. Essa abertura tem o intuito de fazermos uma rede onde compartilhar as próprias experiências pode trazer conforto a si e a outras pessoas que passam pela mesma situação.
Também existe a possibilidade, caso prefira, de perguntar/relatar algo em particular, pelos telefones e e-mail no campo Contato.
Por Fernanda Vassallo Visciani
CRP 06/117697
Celular: 98193-8024
Revisão Jussara Pontes Cortes
Celular: 99990-7164
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